Analisando: Black Butler – Live Action

Uma nova história, um novo mestre e um antigo mordomo.

Yoo! Minna-san

 

Bom, eu vou viajar nesta época de festas, mas antes eu tinha que vim aqui fazer um último post esse ano. Então que fique aqui meu Parabéns pro Bocchan, um Feliz Natal e Ano Novo pra vocês. O/
Antes de mais nada devo esclarecer que sim, eu irei falar sobre o Snake e o Charles Grey como muitos pediram, porém só farei isso depois que o Book of  Murder estiver na net ao acesso de todos já que é nesse arco que conhecemos o Grey melhor.
Falaremos então do Live Action de Kuroshitsuji.
Eu tenho uma péssima, mas péssima mesmo, experiência com adaptações cinematográficas de anime. Nem posso expressar em palavras o quanto algumas me decepcionaram. Tá, eu devo me explicar melhor.
Eu não penso que animes e lives devem ser fieis as obras originais, principalmente porque cada um deles é um meio de comunicação diferente e eu consigo (se não aceitar) respeitar isso. Acho muito estranho aquela velha briga de “o livro sempre é melhor que o filme” e vice-versa. As pessoas precisam entender que os livros são destinados a um público e os filmes a outro dentre todas as burocracias e questões financeiras.
Claro que os fãs nunca irão concordar plenamente com as duas obras, sempre teremos o que reclamar e o que aplaudir, mas é exatamente por isso que se chama “adaptação” e não “copia fiel”. Uma vez dito isso acho que podemos seguir em frente e que irão entender minha aversão a Live Action. Tudo se resume em três simples fatores: atores ruins, diretor ruim e roteiro ruim.
Às vezes o filme tem os melhores efeitos especiais, atores talentosos e renomados, mas aquela pessoinha que não costumamos nos lembrar, o pobre diretor não sabe comandar o show ao seu redor. Outras vezes o ator em nada consegue representar o personagem apesar da caracterização perfeita. E há ainda aqueles que resolvem fugir completamente da historia e fazer uma nova que simplesmente espanta as pessoas do cinema.
Black Butler não possui nenhum desses defeitos em níveis alarmantes para mim e por isso se tornou o primeiro Live Action que eu aprovo apesar de não remeter em quase nada a obra da Yana Toboso.
Eu confesso que quando soube que Kuroshitsuji teria um Live eu fiquei animada e apreensiva e então quando soube que mudariam a historia, quando vi as primeiras fotos só pensei em uma coisa: “Pelo amor do mordomo, o que eles fizeram com o Sebastian?”
Eu não botei fé na produção. Ciel sendo tirado de cena e colocando uma menina que era um traveco às avessas? Aquilo era um ultraje, fiquei me perguntando como a Yana-sama permitia tamanha atrocidade. Aconteceu então que eu vi o trailer e caramba… Como não amar o lindo do Hiro Mizushima. O cabelo dele estava trágico, as roupas mais ou menos, as falas também meio alteradas, mas gente eu não via nada mais nada menos que a versão “humana” de Sebastian Michaelis. Porque não basta ter efeitos especiais, cenários e aparência, você tem que ser o personagem.
Depois do lançamento eu fiz o download sem legenda alguma e percebi que, apesar de ser uma garota, Shiori Genpou era uma versão futurística do Conde Phantomhive e Ayame Goriki conseguiu transparecer isso de maneira sublime, sendo arrogante, orgulhosa e talvez justamente por ser uma garota também se permitiu ser emocional em certo ponto. Acho que essa foi a grande jogada deles e então eu não tive mais duvidas, não conseguia me controlar, precisava da legenda nem que eu mesma tivesse que fazer.
Assim pedi -implorei- socorro a um amigo e voilá, dias depois, horas e mais horas vendo e revendo cada cena, e-mails e mais e-mails com a Usagi a tradução estava pronta e eu cada vez mais encantada pelo trabalho de Tsutomi Kuroiwa (roteirista); Kentaro Otani, Keiichi Sato (diretores); Shinzo Matsuhashi (produtor) e todos os outros envolvidos.
Eu não sei se porque fui obrigada a repassar tantas vezes o filme, mas eu o amei completamente. É como uma daquelas fanfics perfeitas que você fica imaginando como seria assisti-la. É uma nova ideia onde não sabíamos ao certo o que os acontecimentos trariam, ao mesmo tempo em que fez referências e insinuações claras ao mangá.

 

Os empregados da mansão podem perder para muitos cosplays em nível de caracterização, a falta de chapinha do Sebastian é algo que nunca perdoarei, mas a maneira cativante e nada menos que perfeita como eles foram interpretados compensa isso, pois para concluir o que comecei lá em cima sobre aversão aos Lives é que para mim a única coisa que deve ser mantida são as personalidades dos personagens.
A luta da Rin e sua devoção aos mestres foi emocionante, a vilã por trás de tudo relembrando em parte a Madame Red, a luta entre seu mordomo e Sebastian foi divina e o grande mistério por trás das múmias envolvendo máfias, tráfico, quem era o verdadeiro chefe, fazendo referencia também ao arco do Campania e ao Cão de Guarda da Rainha merece uma salva de palmas.
Claro que nem tudo é perfeito e eu tenho que dizer que fiquei triste pelo Grell não aparecer ou pelo menos não da maneira correta, já que o mordomo da Hanae era uma clara (porém hétero) referencia dele. O Undertaker ficou na verdade sendo uma mistura de Willy Wonka com Curinga bizarra onde eu não sabia se ria, xingava ou me escondia debaixo das cobertas. RIP Undy!
Mas no geral foi um filme muito bem trabalhado, com enredo completamente bem escrito, com mistérios e suspense fazendo jus ao trabalho do Cão de Guarda, ações e lutas bem montadas, efeitos e sonoplastia bem pensados, frases de efeitos memoráveis e -porque não- com certo humor exatamente como ocorre no mangá. O melhor de tudo é que você nem precisa saber nada sobre Kuroshitsuji, sobre mangás, animes para ver este filme. Você pode passá-lo num encontro com os amigos de um dia tedioso. É uma ótima maneira de viciá-los em Kuro, acreditem.

 

 Futurístico sem perder algumas características clássicas nos levando a pensar sobre a sociedade futura como uma mistura de tecnologia aliada a costumes arcaicos e tradicionalistas (pra não dizer machistas). Com atores bem cotados, que não interpretaram seus papéis, mas viveram seus personagens além de um final emocionante e lindo deixando aberto também à possibilidade de uma continuação. O Live Action de Kuroshitsuji é de longe o melhor que já vi, me fazendo amar até mesmo seus equívocos.
Ja ne!
Lady Michaelis