Um órfão em busca de amor? Um Mestre traído por seu mordomo? Um Conde impostor? Um Rei em xeque?
Alois Trancy ou Jim Machen?
Alois Trancy ou Jim Machen?
Yoo! Minna-san
Muito tempo depois eu estou de volta. Perdoem-me pela demora, andei doente e a escola me tirou todo o tempo livro. Mas enfim, vamos falar de um assunto bom, vamos falar de: Alois Trancy, minha Bitch preferida.
Bom, com o Arco do Circo terminado e todo mundo imerso nessa historia vamos relembrar a 2ª temporada um pouquinho. Antes de mais nada vale ressaltar que ela não existe no mangá.
Alois Trancy é quem nos foi apresentado logo depois da terrivelmente intrigante cena do Sebastian devorando a alma do Ciel. Todos estávamos agoniados, desesperados a fim de saber o que aconteceu e então nos aparece um mordomo diferente, um Conde mimado e uma abertura diva, porém assustadora nos fazendo pensar se nossos queridos protagonistas não iriam aparecer.
Acho que é aí que começamos a ficar com um pé atrás com o Alois, mas também é aí que ele faz sua grande entrada e essa tremenda trollagem mostrando sua personalidade. Talvez seja justamente por sua personalidade contestável, suas atitudes abomináveis e tão diferente do que estávamos acostumados com o Ciel que ele tivesse que ser mostrado primeiro. Precisávamos entender quem ele e seu mordomo eram.
Então ainda no primeiro episódio Sebby aparece para acalmar nossos corações um instante até descobrirmos que Ciel está dentro da mala, que Sebastian foi lá recuperar seu anel para ele acordar, etc e etc. Eu não sei vocês, mas de verdade eu fiquei muito mais intrigada e presa a historia do Alois do que com o Ciel. Claro que saber o que aconteceu com ele na hora do jantar do Sebastian era minha preocupação número um, mas eu me afeiçoei bastante ao loiro.
Eu vejo no Alois o que o Ciel poderia ter se tornado, isso mostra que ter um mordomo demônio não basta se você não for um mestre e tanto. Alois foi um órfão e por isso nunca recebeu nenhum tipo de atenção ou cuidado materno ou paterno, nenhum amor já que as pessoas da vila o mal tratavam. Seu irmão Luca era a única família que ele tinha e nessa época apesar de sua grande ganância eu não acho que ele fosse perturbado como se mostrou.
Raciocinem comigo um instante, você é uma criança que não tem nada, óbvio almejar coisas grandiosas e depois, você perde seu irmão mais novo a única família, o único amigo, a única pessoa que você tinha, que te entendia, que você confiava… Não é de se surpreender que ele tenha perdido um pouco da sua sanidade e também crie um grande ódio por quem fez aquilo. (no caso ele pensava que era o Sebastian então é totalmente compreensível ele querer acabar com o Ciel para atingi-lo e fim)
Quando ele é vendido e fica lá sem esperanças eu senti muita pena dele e até comecei a acha-lo chato por se render assim, desejava tanta coisa e do nada fica que nem uma marionete? Inadmissível! Até que ele mostra ter um pouco de inteligência e começa a seduzir o tio lá a ponto de poder se passar pelo filho desaparecido do Conde Trancy. E assim Jim Machen se torna Alois Trancy.
Assim ele deixa de ser coagido e passa a coagir. Deixa de ser mal tratado e passa a mal tratar. Julgamos ele muito mal, mimado, mas pensem só, a vida inteira ele foi tratado assim por que não tratar os outros da mesma maneira? Ainda mais quando ele consegue poder e empregados fieis a ele.
De certa forma ele foi bastante esperto nessa parte de roubar o título de Conde (Eu sempre digo que o primeiro passo para uma vingança é ter dinheiro), mas aí entra o fato de que ele só transferiu a atenção que precisava do Trancy para o Claude, onde pensou ter finalmente encontrado alguém que o amaria como ele desejava.
Já que as pessoas da vila o olhavam com raiva e o Conde com luxúria. Tudo o que Jim sempre quis era ser amado como era pelo seu irmão e tendo Claude sob suas ordens ele pensou que conseguiria isso.
Só que como eu disse antes é o Mestre que faz seu Mordomo e logo não foi de se espantar que ele esperava ser tratado pelo Claude como Sebastian tratava Ciel, uma devoção única. Coisa que nunca aconteceu.
Além de todas essas decepções Alois tem o que resta do seu coração dilacerado quando seu querido mordomo começa a correr atrás da alma do Phantomhive. Aí sim foi a gota d’água pra mim. Eu finalmente formei meu pensamento sobre esses dois: Claude é um demônio sem noção que não sabe ser um mordomo e fica de recalque para com a alma alheia. Já Alois é um Rei super sentimental que não sabe usar suas peças para vencer o jogo de xadrez para completar sua vingança e uma “vítima” que caiu na teia de arranha desse demônio. (mas que ele procurou por isso, ah ele procurou)
Sua morte foi um grande choque para mim. Eu não esperava e detestei. Nessa hora eu disse a mim mesma que se o Claude não morresse eu mesma iria até o Japão dar na cara dos produtores. Mas felizmente ele se foi, perdeu sua chance e ainda levou uma surra do Sebastian. ^_^ Vejam bem não estou dizendo que detesto ele ou que ele não fez um papel de mordomo muito bem (as frases de efeito dele são ótimas), apenas que ele não se portou como um indo atrás da alma do Ciel, matando seu Mestre e etc. Tanto é que no final ainda fiquei com um pouco emocionada… Afinal Claude, você morreu como mordomo de quem?
Já sbre o Alois ter se “fundido” ao Ciel além de um golpe baixo do Claude essa confusão toda me fez ver que de fato Alois é uma imagem, um reflexo, talvez um prelúdio do que Ciel poderia ter se tornado e em parte o que ele realmente é, uma parte do Ciel que é mais explicita no mangá, uma parte contestável da sua personalidade. Agora que vimos o Book of Circus o pequeno Conde mais sádico e maldoso, sem ligar pra outra pessoa que não ele mesmo eu acredito que vão entender o que quero dizer. Afinal comparações não faltaram.
Uma grande surpresa foi a Hannah, ela que na verdade matou o Luca com quem tinha um contato. E ela me fez levantar uma importante pergunta: Demônios têm sentimentos? Afinal ela se afeiçoou ao Luca, aguentou tudo o que o Alois fazia e no fim ainda o ajudou com seu plano para que nenhum dos dois mordomos jamais pudesse ter o Ciel. (palmas pro loirinho, essa ideia foi fantástica e acalmou o coração de todos os Kurofãs preocupados com o desfecho da temporada)
Graças a Hannah eu comecei a ficar encucada sobre o rumo do mangá, da história original por assim dizer. Comecei a reparar em cada quadrinho se Sebastian demonstraria algo como carinho com o Ciel, se demônio poderiam agir, pensar e sentir como humanos.
Então a 2ª temporada não foi só filler. Ela foi uma resposta a nossas suplicas, uma maneira de manter nossos protagonistas sempre juntos, mostrar como mordomos e mestres podem ser diferentes, nos colocar perguntas sem menções de resposta e criar a mais sádica das “Bitchs” de todos os tempos. Porque convenhamos os empregados da família Phantomhive são incríveis, mas Alois Trancy reuniu sob uma mesma mansão 5 servos demônios, não é pra qualquer um não.
E a todos que desejam um yaoi, assim como Grell, o Alois veio atender esse apelo, apimentar as coisas, complicar as coisas e no final ser o grande motivo de tudo.
Se compararmos a busca de Claude e Sebastian pelo Ciel/Alois ao um jogo de xadrez (amo fazer essas comparações) eu devo dizer que Alois Trancy foi um Rei que conseguiu vencer perdendo o jogo, sacrificando a si próprio. Deixando de forma impossível uma partida acabar em empate.
De uma maneira ou de outra, Claude Faustus, Hannah Annafellous, Ciel Phantomhive e principalmente Sebastian Michaelis não vão esquecer o seu nome facilmente. Assim como nós Kurofãs sempre os lembraremos dele. O mais mimado, ingênuo, arrogante, carente, traiçoeira, bitch, sentimental Conde de todos os tempos. Essa é a sua alteza, Conde Alois Trancy!
Ja ne!